Audiência Pública debate implantação de escolas cívico-militares em João Monlevade

A Câmara Municipal de João Monlevade realizou na última segunda-feira (14) uma audiência pública para discutir a possível implantação do modelo de escolas cívico-militares no município. A sessão, proposta pela vereadora Maria do Sagrado (PT), reuniu educadores, estudantes, sindicalistas e autoridades para um debate que revelou opiniões divididas sobre o tema.
Contexto
O governo de Minas Gerais encaminhou em 30 de junho um memorando às superintendências de ensino propondo a adesão de até 700 escolas estaduais ao programa. Em João Monlevade, quatro unidades foram pré-selecionadas:
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Manoel Loureiro
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Luiz Prisco de Braga
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Alberto Pereira Lima
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Dr. Geraldo Parreiras
O prazo para manifestação das escolas encerrou-se em 18 de julho, período considerado curto por críticos do projeto.
Posicionamentos das escolas
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Alberto Pereira Lima: 146 votos a favor, 12 contra e 1 nulo em assembleia realizada em 9 de julho. O diretor Marcelo Leal Ferreira destacou que os militares atuariam apenas na gestão disciplinar e segurança, sem interferência pedagógica.
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Geraldo Parreiras: Votação revelou apoio majoritário entre funcionários (52 a 15) e pais (39 a 3), mas rejeição entre alunos (23 a 64).
Críticas ao modelo
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Sind-UTE: A coordenadora Maria Aparecida Ribeiro afirmou que o projeto não tem base legal e defendeu investimentos em psicólogos e assistentes sociais.
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Academia: O professor Breno Eustáquio, doutor em Educação, citou a falta de evidências científicas sobre a eficácia do modelo e seu custo elevado (R$ 1 milhão por escola, segundo a ONG Educação para Todos).
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Estudantes: Davi Oliveira, representante do Grêmio do Luiz Prisco, criticou a priorização do projeto em meio a cortes na educação e citou relatório da ONU contra escolas militares.
Argumentos a favor
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Segurança: A PM aposentada Luciana Freitas defendeu a atuação militar como preventiva, sem substituir professores.
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Disciplina: O vereador Sinval Dias (PL) apontou o modelo como solução para conflitos escolares.
Próximos passos
O promotor Dr. Gabriel Costa ressaltou a necessidade de mais discussões, enquanto a Secretaria Municipal de Educação, Alda Fernandes, questionou a falta de clareza sobre o tratamento de alunos não adaptados. O governo estadual deve retomar o processo em agosto.
Presenças:
Autoridades educacionais, sindicais, estudantes e vereadores participaram do debate, que não gerou consenso, mas ampliou a discussão sobre o futuro das escolas em João Monlevade.